mas eu, fechado no meu sonho,
parado enigma, e, sem querer,
inutilmente recomponho
visões do que não pude ser.
cadáver da vontade feita,
mito real, sonho a sentir,
sequência interrompida, eleita
para o destino de partir.
mas presa à inércia angustiada
de não saber a direção,
e ficar morto na erma estrada
que vai da alma ao coração.
hora própria, nunca venhas,
que olhar talves fosse pior...
e tu, sol claro que me banhas,
ah, banha sempre o meu torpor!
fernando pessoa.
gde! fernando, amigo. continuo a entender através de ti.
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